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Entenda a Urgência do
Diagnóstico da
Hipertensão Pulmonar

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A Hipertensão Pulmonar (HP) é uma doença grave e debilitante, com sintomas que se confundem com outras doenças. Se a HP for diagnosticada precocemente, o paciente pode iniciar o tratamento adequado a fim de diminuir a progressão da insuficiência cardíaca e evitar a morte prematura.1

 

Há uma demora de, aproximadamente, 4 anos para o diagnóstico da HP, após o primeiro sintoma. É preciso que todos se mobilizem e considerem a HP como hipótese diagnóstica na queixa de falta de ar crônica que não melhora com tratamento.2

 

Os sinais e sintomas da Hipertensão Pulmonar

Os sintomas de HP são semelhantes aos de muitas outras doenças respiratórias e cardíacas.1

 

  • Falta de ar ao esforço
  • Fadiga e cansaço
  • Palpitações
  • Dor torácica
  • Síncope
  • Distensão abdominal
  • Edema dos membros inferiores
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Jornada do paciente com Hipertensão Pulmonar2

Tempo desde o início dos Sintomas até o Diagnóstico da HP

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*HP idiopática.

Tipos de HP

A Hipertensão Pulmonar pode ser classificada em cinco grupos distintos3:

 

Grupo Descrição
01 Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP)
02 Hipertensão Pulmonar por doença cardíaca esquerda
03 Hipertensão Pulmonar devido a doenças pulmonares e/ou hipóxia
04 Hipertensão Pulmonar por obstruções da artéria pulmonar (ex: HPTEC*)
05 Hipertensão Pulmonar com mecanismos pouco claros e/ou multifatoriais

*HPTEC: Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica

 


As categorias são agrupadas de acordo com apresentação clínica, fisiopatologia, características hemodinâmicas e estratégias de tratamento.1


A classificação correta do paciente permite que as abordagens terapêuticas sejam aplicadas com precisão.4


A gravidade dos sintomas da HP pode ser avaliada utilizando a Classe Funcional (CF) da OMS. Lembrando que a CF da OMS é um dos mais poderosos preditores de sobrevida, não apenas no diagnóstico, mas também durante o acompanhamento.1

Classe Funcional da Organização Mundial da Saúde.1

CF da OMS Descrição
I Sem limitação de atividade física.
A atividade física comum não causa dispneia ou fadiga excessiva, dor torácica ou pré-síncope.
II Leve limitação da atividade física; confortável em repouso.
Atividade física comum causa dispneia ou fadiga excessiva, dor no peito ou pré-síncope.
III Limitação marcada de atividade física; confortável em repouso.
Atividade abaixo do normal causa dispneia ou fadiga excessiva, dor no peito ou pré-síncope.
IV Incapacidade de realizar qualquer atividade física sem sintomas; pacientes apresentam sinais de insuficiência cardíaca direita.
Dispneia e/ou fadiga podem estar presentes em repouso; desconforto aumenta com qualquer atividade física.
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Definições Hemodinâmicas3

PMAP > 20mmHg
RVP ≥ 3 UW*
POAP ≤ 15mmHg*


 

Legenda:
PMAP: pressão média arterial pulmonar;
RVP: resistência vascular pulmonar;
POAP: pressão de oclusão de artéria pulmonar.

 

 

*nos casos de HP pré-capilar

Prognóstico da HP

HAP

Embora o prognóstico seja variável, a HAP é uma doença grave. Os dados de registro dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA sugerem que, na ausência de terapia eficaz, a HAP pode causar a morte em poucos anos, com sobrevida esperada em um ano de 86%.5

A maioria dos pacientes não morre devido a pressão arterial pulmonar elevada, mas pela insuficiência cardíaca consequente à disfunção ventricular direita.6

Prognóstico da HAP1
 Melhor prognóstico
(risco <5% de
mortalidade em 1 ano)
Prognóstico intermediário
(Risco 5-10% de
mortalidade em 1 ano)
Pior prognóstico
(> 10% de risco de
mortalidade em 1 ano)
Sinais clínicos de
insuficiência cardíaca direita
AusentesAusentesPresentes
Progressão dos sintomasNãoLentaRápido
SíncopesNãoSíncope ocasionalSíncopes repetidas
Classe Funcional da OMSI,IIIIIIV
dTC6M>440 m165-44-m<165 m
Teste de esforço
cardiopulmonar
VO2 pico >15 mL/min/Kg
(>65% predito)
VE/VCO2 slope <36
VO2 pico 11-15mL/min/Kg
(35-65% predito)
VE/VCO2 slope 36-44,9
VO2 pico <11 mL/min/Kg
(<35% predito)
VE/VCO2 slope ≥45
Níveis plasmáticos de
NT-proBNP
BNP <50 ng/L
NT-proBNP <300 ng/mL
BNP 50-300 ng/L
NT-proBNP 300-1400 ng/mL
BNP >300 ng/L
NT-proBNP >400 ng/mL
Imagem (ecocardiografia,
ressonância magnética
cardíaca)
Área VD <18 cm2
Ausência de derrame pericárdico
Área VD 18-26 cm2
Ausência ou mínimo derrame pericárdico
Área VD >26 cm2
Derrame pericárdico
HemodinâmicaPAD<8 mmHg
IC 2,5 I/min/m2
SvO2>65%
PAD 8-14 mmHg
IC 2-2,4 L/min/m2
SvO2 60-65%
PAD >14 mmHg
IC <2 L/min/m2
SvO2 <60%
Adaptado de Galiè N, et al. Eur Respir J. 2015 Oct;46(4):903-75.1
dTC6M: Distância caminhada no teste de caminhada de 6 minutos;
IC: Índice Cardíaco;
PAD: Pressão Atrial Direita;
SvO2: saturação venosa mista de oxigênio;
OMS: Organização Mundial da Saúde;
VD: Ventrículo Direito;
BNP: Peptídeo Natriurético Cerebral

HPTEC

A HPTEC é responsável por níveis significativos de morbidade e mortalidade, especialmente quando não tratada adequadamente. Historicamente, a mortalidade é de 3 anos para 90% dos pacientes com pressão média da artéria pulmonar (PMAP) >50 mmHg. De forma similar aos pacientes com HAP, a causa de óbito mais comum é a insuficiência cardíaca direita.7

Conheça as opções de tratamento de HAP e HPTEC

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Tratamento medicamentoso
Terapias medicamentosas específicas podem melhorar os sintomas para HAP, HPTEC inoperável e HPTEC persistente ou recorrente após cirurgia (EAP).1,8
O tratamento para a HPTEC também inclui anticoagulantes.1

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Cirurgia de EAP
A HPTEC pode ser curada pela cirurgia de Endarterectomia Pulmonar (EAP).1 Embora a EAP seja o tratamento de escolha, 37% dos pacientes são considerados inoperáveis.9 Uma equipe multidisciplinar de um Centro de Referência em HP deve avaliar se a cirurgia de EAP é indicada.10 Mesmo depois da cirurgia, 25% dos pacientes podem apresentar sintomas (HPTEC persistente ou recorrente).8

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APB
A angioplastia pulmonar por balão (APB) é um procedimento hemodinâmico que pode ser indicado para os pacientes com HPTEC inoperável e HPTEC persistente ou recorrente.10

Algoritmo de Diagnóstico de HP11:

O diagnóstico de HP é complexo e demanda a realização de diversos exames. Confira abaixo o algoritmo de diagnóstico publicado no último simpósio mundial de Hipertensão Pulmonar e os principais exames para o diagnóstico.

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V//Q: ventilação perfusão
Adaptado de Frost A, et al.. Eur Respir J. 2019 Jan 4;53(1):1801904.11

Exames para o Diagnóstico de HP

Abaixo você poderá verificar os principais achados de cada exame para avaliar a suspeita de HP.

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Radiografia de tórax e eletrocardiograma12

Radiografia de tórax póstero-anterior e lateral

  • Diminuição das marcações vasculares periféricas do pulmão
  • Proeminência da artéria pulmonar hilar
  • Aumento do átrio e ventrículo direitos

Electrocardiograma

  • Aumento do átrio direito
  • Hipertrofia e sobrecarga do ventrículo direito

Cateterismo Cardíaco Direito1:

É o exame padrão-ouro para diagnóstico de HP. Com ele, você poderá verificar os principais achados hemodinâmicos e confirmar a HP: PMAP>20mmHg.
Além disso, a POAP≤15mmHg e RVP≥3UW indicam HP pré-capilar.4

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Legenda:
PMAP: pressão média arterial pulmonar
RVP: resistência vascular pulmonar
POAP: pressão de oclusão de artéria pulmonar
PAD: pressão arterial diastólica
PVD: pressão de ventrículo direito
PAP: pressão arterial pulmonar

Cintilografia V/Q13,14:

A Cintilografia V/Q é uma ferramenta de triagem inicial recomendada para investigar HPTEC após a suspeita de HP. Ela consiste na varredura da ventilação e da perfusão para verificar defeitos de perfusão.

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Angiografia pulmonar por tomografia computadorizada15,16

Esse exame fornece informações adicionais sobre diagnóstico e operabilidade de HPTEC.

 

Principais achados:

  • Anatomia das artérias pulmonares
  • Localização dos trombos
  • Alterações concomitantes do parênquima pulmonar
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Angiografia por ressonância magnética1,15,16

Também fornece informações adicionais sobre diagnóstico e operabilidade de HPTEC.

 

  • Não invasiva e sem exposição radioativa
  • Disponibilidade limitada, relativamente cara e demorada
  • Avaliação morfológica, anatômica e funcional da circulação cardíaca e pulmonar
  • Pode avaliar a hemodinâmica do coração direito
  • Angiografia pulmonar de alta resolução e angiografia dinâmica com resolução temporal
  • Adequada para estudos repetidos e acompanhamento pós-operatório

Referências:

  1. Galiè N, Humbert M, Vachiery JL, Gibbs S, Lang I, Torbicki A, Simonneau G, Peacock A, Vonk Noordegraaf A, Beghetti M, Ghofrani A, Gomez Sanchez MA, Hansmann G, Klepetko W, Lancellotti P, Matucci M, McDonagh T, Pierard LA, Trindade PT, Zompatori M, Hoeper M. 2015 ESC/ERS Guidelines for the diagnosis and treatment of pulmonary hypertension: The Joint Task Force for the Diagnosis and Treatment of Pulmonary Hypertension of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Respiratory Society (ERS): Endorsed by: Association for European Paediatric and Congenital Cardiology (AEPC), International Society for Heart and Lung Transplantation (ISHLT). Eur Respir J. 2015 Oct;46(4):903-75. doi: 10.1183/13993003.01032-2015. Epub 2015 Aug 29. Erratum in: Eur Respir J. 2015 Dec;46(6):1855-6.
  2. Strange G, Gabbay E, Kermeen F, Williams T, Carrington M, Stewart S, Keogh A. Time from symptoms to definitive diagnosis of idiopathic pulmonary arterial hypertension: The delay study. Pulm Circ. 2013 Jan;3(1):89-94.
  3. Simonneau G, Montani D, Celermajer DS, Denton CP, Gatzoulis MA, Krowka M, Williams PG, Souza R. Haemodynamic definitions and updated clinical classification of pulmonary hypertension. Eur Respir J. 2019 Jan 24;53(1):1801913.
  4. Cajigas HR, Awdish R. Classification and diagnosis of pulmonary hypertension. Heart Fail Rev. 2016 May;21(3):229-37.
  5. Thenappan T, Shah SJ, Rich S, Tian L, Archer SL, Gomberg-Maitland M. Survival in pulmonary arterial hypertension: a reappraisal of the NIH risk stratification equation. Eur Respir J. 2010 May;35(5):1079-87.
  6. van de Veerdonk MC, Bogaard HJ, Voelkel NF. The right ventricle and pulmonary hypertension. Heart Fail Rev. 2016 May;21(3):259-71.
  7. Riedel M, Stanek V, Widimsky J, Prerovsky I. Longterm follow-up of patients with pulmonary thromboembolism. Late prognosis and evolution of hemodynamic and respiratory data. Chest. 1982 Feb;81(2):151-8
  8. Hsieh WC, Jansa P, Huang WC, Ni?nanský M, Omara M, Lindner J. Residual pulmonary hypertension after pulmonary endarterectomy: A meta-analysis. J Thorac Cardiovasc Surg. 2018 Sep;156(3):1275-1287.
  9. Pepke-Zaba J, Delcroix M, Lang I, Mayer E, Jansa P, Ambroz D, Treacy C, D'Armini AM, Morsolini M, Snijder R, Bresser P, Torbicki A, Kristensen B, Lewczuk J, Simkova I, Barberà JA, de Perrot M, Hoeper MM, Gaine S, Speich R, Gomez-Sanchez MA, Kovacs G, Hamid AM, Jaïs X, Simonneau G. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH): results from an international prospective registry. Circulation. 2011 Nov 1;124(18):1973-81.
  10. Fernandes CJCS, Ota-Arakaki JS, Campos FTAF, Correa RA, Gazzana MB, Jardim CVP, Jatene FB, Alves Junior JL, Ramos RP, Tannus D, Teles C, Terra Filho M, Waetge D, Souza R. Recomendações para o diagnóstico e tratamento da hipertensão pulmonar tromboembólica crônica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol. 2020;46(4):e20200204
  11. Frost A, Badesch D, Gibbs JSR, Gopalan D, Khanna D, Manes A, Oudiz R, Satoh T, Torres F, Torbicki A. Diagnosis of pulmonary hypertension. Eur Respir J. 2019 Jan 24;53(1):1801904.
  12. McLaughlin VV, Archer SL, Badesch DB, Barst RJ, Farber HW, Lindner JR, Mathier MA, McGoon MD, Park MH, Rosenson RS, Rubin LJ, Tapson VF, Varga J; American College of Cardiology Foundation Task Force on Expert Consensus Documents; American Heart Association; American College of Chest Physicians; American Thoracic Society, Inc; Pulmonary Hypertension Association. ACCF/AHA 2009 expert consensus document on pulmonary hypertension a report of the American College of Cardiology Foundation Task Force on Expert Consensus Documents and the American Heart Association developed in collaboration with the American College of Chest Physicians; American Thoracic Society, Inc.; and the Pulmonary Hypertension Association. J Am Coll Cardiol. 2009 Apr 28;53(17):1573-619.
  13. Hoeper MM, Madani MM, Nakanishi N, Meyer B, Cebotari S, Rubin LJ. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Lancet Respir Med. 2014 Jul;2(7):573-82.
  14. Auger WR, Kerr KM, Kim NH, Fedullo PF. Evaluation of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension for pulmonary endarterectomy. Pulm Circ. 2012 Apr-Jun;2(2):155-62. doi: 10.4103/2045-8932.97594.
  15. Jenkins D, Mayer E, Screaton N, Madani M. State-of-the-art chronic thromboembolic pulmonary hypertension diagnosis and management. Eur Respir Rev. 2012 Mar 1;21(123):32-9.
  16. Wilkens H, Lang I, Behr J, Berghaus T, Grohe C, Guth S, Hoeper MM, Kramm T, Krüger U, Langer F, Rosenkranz S, Schäfers HJ, Schmidt M, Seyfarth HJ, Wahlers T, Worth H, Mayer E. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH): updated Recommendations of the Cologne Consensus Conference 2011. Int J Cardiol. 2011 Dec;154 Suppl 1:S54-60.